DEVON
- AS
ASSOCIAÇÕES
Associação
Nacional de Criadores Herd-Book Collares
A ANC
"Herd-book Collares" é a entidade detentora do registro genealógico
PO, PC e CCG, da raça Devon no Brasil, sendo que o registro PO e realizado
desde o ano de 1914, enquanto o registro genealógico PC desde 1978, e o CCG a
partir 1994.
Desde o
ano de 1914 até o ano de 1998, foram inscritos 90.159 animais Puros de Origem,
PO, sendo que nos últimos 5 anos, foram inscritos 11.953 animais.
Associação
Brasileira de Criadores da Raça Devon
A
Associação Brasileira de Criadores de Devon, foi fundada no dia 20 de setembro
de 1952.
A
entidade promocional da raça Devon, congregando os criadores da raça e tratando
da orientação técnica, marketing e comercialização. Tem por sede o Fôro
Jurídico de Pelotas-Rs, sendo suas principais finalidades:
-
Congregar os criadores de bovinos da raça Devon no país;
-
organizar um Serviço de seleção de gado Devon no país, promovendo, de início, a
vinda de técnicos especializados;
-
fomentar e propagar a criação de Devon;
-
favorecer e impulsionar a difusão de conhecimentos sobre a criação de Devon;
-
facilitar a aquisição de reprodutores de estirpe seleta, no país ou no
estrangeiro;
-
defender os interesses dos criadores de Devon, seus associados;
- fazer
publicações periódicas e estudos relativos ao desenvolvimento do Devon;
- manter
relações e colaborar com as entidades similares, nacionais e estrangeiras;
- apoiar
a manutenção do Herd-Book da raça Devon levado pela Associação Nacional de
Criadores Herd-Book Collares.
Para
maiores informações sobre a raça Devon, contate a ABCD diretamente pelo e-mail contato@devon.org.br ou através do site www.devon.org.br.
- ORIGEM
DA RAÇA DEVON
O gado
Devon, ou Devon do Norte, é tido como um dos mais antigos do Reino Unido,
originando-se do Sudoeste da Inglaterra. A origem da raça na Inglaterra é da
época das expedições fenícias que buscavam estanho em Cornwall.
A raça
mudou muito nos últimos 60 anos, mas muitos dos animais registrados nos
rebanhos atuais são descendentes diretos daqueles registrados por Davy em seu
primeiro livro genealógico editado em 1850, e que, conforme o próprio Davy,
eram de famílias que foram criadas como "seletas" durante 150 anos.
-
HISTÓRIA DA RAÇA
O Devon é
uma das raças mais antigas do Reino Unido. Sem duvida, é uma raça indígena do
sudoeste da Inglaterra. É curioso notar que a primeira referência à mesma a
situa em Cornwall e não em Devonshire. Housman sustenta a opinião que a origem
da raça na Inglaterra remonta à época das expedições dos Fenícios em busca de
estanho na região de Cornwall.
A raça
tem mudado consideravelmente nos últimos 100 anos, mas muitos dos animais
registrados são descendentes diretos dos primeiros animais registrados por Davy
no então primeiro Livro genealógico publicado em 1850, e que pertencia a
familías que, segundo as mesmas, já criavam Devon há 150 anos.
No século
XVIII, o Devon começou a espandir-se do oeste do Reino Unido, o famoso escultor
Inglês de animais domésticos, Garrard, descreveu o Devon como a mais perfeita
raça na Grã-Bretanha.
Foi
provavelmente Thomas William Coke, de Holkham Hall, Norfolk, no outro lado da
Inglaterra, que mais introduziu o Devon em seu Condado. O famoso criador, o
qual teve a idéia de unir as raças Norfolk e Suffolk em uma só raça, o Red
Poll, foi influenciado pelo Duque de Bedford a trazer os pequenos e economicos
Devon para estes Condados.
A um
século atrás o Devon foi cuidadosamente cruzado com zebus indianos para
contribuir para a formação de raças adaptadas ao clima tropical, raças como o
Jamaica Red, Bravon, Makaweli e o Santa Gabriela, esta também sendo usado para
melhorar algumas raças bovinas japonesas.
A
respeito de sua origem em Exmoor, o Devon tem provado ser tolerante a climas
quentes, sendo hoje criado extensivamente na Austrália, Nova Zelândia, USA,
Brasil e Jamaica. Esta abilidade em tolerar bem ao calor tem encorajado alguns
pesquisadores a imaginar uma possível relação entre o Devon e o gado indiano
trazido ao sudoeste da Inglaterra a muito tempo atrás, outros porém, relacionam
o Devon ao Salers da França.
No início
do século XIX, o Devon foi exportado para a Tasmania e para a Austrália em
intervalos durante o século, até que restrições sanitárias colocaram fim as
importações. O Devon teve mais de um século para mostrar seu valor em ambientes
como Queensland, New South Wales e no seco e quente noroeste do oeste
asutraliano.
No século
XIX, em Queensland, o Devon produziu tanta carne por acre quanto o Hereford ou
o Shorthorn, e também, produziu uma boa proporção de carne magra quando cruzada
com o Shorthorn.
Alguns
dos rebanhos ingleses eram usados para produzir leite, mas as suas antigas
características leiteiras foram negligenciadas. Entretanto, o rebanho original
a qual acompanhou a familía Pilgrim do porto de Plymonth em Devon no ano de
1623 para providencia-los leite, queijo e manteiga durante sua viagem para a
América, continuaram a produzi-los quando eles colonizaram este continente.
Ainda existe uma raça chamada Milking Devon em Massachusets, o qual é muito
semelhante ao tipo original do século XVII, sendo portanto um valioso banco
genético.
Em 1960,
a raça foi exportada para o Canadá e esta vivendo em altitudes de 1.400 metros
na face leste das Montanhas Rochosas com duros invernos e poucos abrigos. Eles
, também, vivem no Kenya, em uma fazenda à 1.800 metros de altitude em uma
savana úmida, onde são usados para melhorar o gado nativo.
A raça
devon foi introduzida no Brasil em 1906, por Assis Brasil na região de Pedras
Altas, RS, e depois em Alegrete e municípios vizinhos.
Em 1914,
o Visconde Ribeiro de Magalhães, de Bagé, RS, inscreveu o primeiro lote de
reprodutores puros da raça, duas vacas e um touro, de procedência inglesa. O
primeiro Devon nacional registrado foi "Bagé", de janeiro de 1915,
também do Visconde.
Existem
Herdbooks da raça Devon no Reino Unido (1851), Austrália, Nova Zelândia, África
do Sul, USA, Brasil entre outros.
- PADRÃO
RACIAL
Características
Gerais
O animal
típico da raça Devon é um bovino com bom desenvolvimento, de estrutura
equilibrada e com linhas harmoniosas. Apresenta ótima cobertura de excelente
carne-músculo. É um animal, geralmente, dócil e elegante.
Características
zootécnicas
Cabeça –
Enquanto nos touros ela se apresenta com um aspecto bastante masculino, de
testa ampla e com boa largura entre os olhos, nas vacas seu aspecto é bastante
feminino, moderadamente longa e levemente convexa na testa.
As
narinas devem ser altas e abertas, com focinho largo e cor de carne, livre de
qualquer tonalidade azulada ou preta. Os maxilares, um tanto descarnados, nos
machos são largos na região da raiz da língua.
Os olhos
são proeminentes, vivos e brilhantes. As orelhas, de tamanho e espessura
médios, franjadas de cabelos, são finas nas fêmeas.
Em se
tratando de animal da variedade aspada, os machos apresentam chifres em ângulos
retos desde a testa, ligeiramente curvados para baixo e de igual tamanho,
enquanto que as fêmeas os tem graciosamente em forma de lira. A cor dos
chifres, tanto nos machos como nas fêmeas, é a cor de cera, tomando tonalidade
castanha nas pontas, mas não a preta.
Pescoço –
Médio no comprimento. Musculoso nos machos, com bom cume, de garganta
"limpa", sem papada exagerada nos machos e um tanto descarnada nas
fêmeas.
Cruzes –
Larga em cima e bem coberta, sem proeminência nas pontas.
Peito –
Largo e profundo. Leve na região das paletas, com pouca barbela e sem acúmulo
de gordura.
Costelas –
Nascendo horizontais, devem ter boa cobertura de carne e arqueamento.
Dorso –
Reto, longo, nivelado com lombo largo e cheio. Quadris de mediana largura, bem
providos de carne e nivelados com a linha do lombo, sem proeminência dos ossos
ilíacos.
Garupa e
Picanha – Longa. Cheia nos machos e moderadamente carnuda nas fêmeas,
Apresenta boa abertura dos ossos ilíacos.
Cauda –
Com boa implantação, mais grossa na rabada, pende aprumada alcançando os
garrões, tendo na extremidade farto cabelo (vassoura), que se torna branco no
animal adulto.
Quarto –
Bem musculoso e profundo, da mesma forma que a coxa, prolongando-se até, o
garrão.
Linha
inferior – Tanto quanto possível, paralela à dorsal.
Pernas
dianteiras– De ossatura forte, retas e separadas, são musculosas e cheias na parte
superior. Os cascos devem ser fortes e sólidos, com ausência de coloração
preta.
Pernas
traseiras – Bem aprumadas, retas, com boa ossatura e boa separação de
garrões, os quais devem ser bastante fortes, não se cruzando ou desviando ao
caminhar. Cascos normais, não crescidos, de maneira a não se arrastarem ao
caminhar e sem coloração preta.
Pele –
Moderadamente grossa, flexível, coberta de abundante pêlo de cor rubi, característica
da raça. Nos machos é admissível um pouco de pele branca na região escrotal,
enquanto que nas fêmeas, é permitido na região do úbere. Não é, entretanto,
admissível a presença de pele branca em nenhuma outra região do corpo ou dos
membros.
Úbere – Não
carnudo, avançando tanto para a frente como para trás, em alinhamento com a
barriga. As tetas devem estar em esquadro e não ter tamanho grande demais.
- POLLED
DEVON
Para a
variedade mocha, o padrão é o mesmo da aspada, salvo no que se refere aos chifres,
pois carece deles e a conformação da nuca, que deve ser proeminente e
arredondada.
-
CARACTERÍSTICAS DA RAÇA DEVON
Esta raça
antiga e bela mostrou ser um grande negócio, e mais valioso que isso, ele é
mais apreciado por estrangeiros do que
pelos
criadores de seu próprio país, especialmente procurado para climas quantes.
Centrado ao redor de Exmoor, ao norte de Devon, onde o clima é chuvoso e úmido,
com invernos frios e rigorosos, este foi o ambiente dominante que a raça Devon
proliferou por muitos séculos.
A pele
pigmentada de amarelo alaranjado, e a pigmentação escura nos olhos são um
considerável recurso nos climas tropicais, na qual a pigmentação da pele também
protege o úbere da perigosa radiação solar.
A raça é
muito resistente e as fêmeas não apresentam problemas de fertilidade ou
parição. Suporta o frio e a umidade, mantendo-se bem nas pastagens fracas e
fibrosas de seu habitat. Por isso, é muito apreciado pelos pequenos
proprietários. O nome da raça indica sua procedência do oeste, mas a
experiência demonstra cabalmente que pode ser ambientar em outras zonas, tanto
no Reino Unido como em outros países.
Durante
os muitos anos de experiências nas quais os adeptos de outras raças visavam ao
aumento do tamanho dos animais, a Devon se manteve como gado de porte médio e,
agora, com a maior procura pelos animais de fácil adaptabilidade ao sistema de
criação extensivo, começa a se espalhar por todo o país.
Ultimamente
este gado tem sido muito utilizado para cruzamentos com raças zebuínas, formação
da raça sintética Bravon, ou mesmo com as européias, apresentando bons
resultados em ambos os casos. Isto vem ocorrendo tanto pela grande capacidade
de ganho de peso dos touros, mesmo em condições de pastagens, quanto pela
lactação das vacas, tidas como mães por excelência.
Criado de
forma pura ou cruzado com outras raças, o Devon apresenta rápido apronte e
excelente rendimento de carne. Sua capacidade de conversão alimentar e de
produção de carne de qualidade estão entre as melhores do mundo, sendo suas
características mais marcantes a rusticidade, fertilidade, habilidade materna,
precocidade e docilidade, condições que transmite com eficiência nos sistemas
de cruzamento.
Os
reprodutores se destacam pela rusticidade e eficiência. A alta capacidade de
serviço aliada ao grande poder de conversão de pastos em carne de qualidade,
confere a ele grande potencial para cruzamentos em qualquer região do Brasil.
As vacas
são rústicas, prolíficas e dotadas de alta capacidade leiteira. Comparada às
raças de corte, são tidas como de grande lactação. Em Controle Leiteiro, 61
vacas Devon obtiveram a expressiva média de 2.321 kg de leite com 4,16% de
gordura, embora o gado Devon não seja explorado para produção leiteira.
Há alguns
decênios, o gado Devon era muito utilizado por sua capacidade de trabalho e
conserva, por isso, até hoje, a mansidão. Responde muito bem a uma boa
alimentação, e é muito utilizado em confinamento para produzir carne de
primeira qualidade, bem marmorizada, de fibra fina e sabor especial nas peças
menores.
O
reprodutor Devon transmite;
- Fertilidade
- Capacidade
leiteira
- Habilidade
materna
- Longevidade
- Habilidade
na conversão alimentar
- Docilidade
- Rusticidade
(adaptação a qualquer clima e qualquer altitude)
- Conformação
de carcaça
O
reprodutor gera um terneiro;
- Com
maior resistência a doenças
- Pequeno
tamanho ao nascer, não oferecendo problemas de parto
- Dócil
- Hábil
na conversão alimentar (menor quantidade de pasto ou grãos consumidos por
kg de carne produzida)
A
vaquilhona de cruza Devon;
- É
precoce, produz terneiros mais cedo
- É
fértil, o que representa mais terneiros
- Produz
excelentes vacas reprodutoras
O Devon
em cruzamentos
A raça
Devon, com sua já comprovada rusticidade, está dando mostras eloqüentes de sua
capacidade de adaptação e resistência. Esta consolidação aparece de forma
efetiva, na medida em que as dúvidas para cruzamento vão desaparecendo,
surgindo resultados positivos no peso, no tamanho e nas características da
carne colocada no mercado. O Devon, nos últimos anos, tem-se desenvolvido e
crescido de forma extraordinária, sendo inúmeras as comprovações de sua
capacidade produtiva e adaptabilidade aos campos, principalmente de condições
desfavoráveis.
A raça Devon esta sendo amplamente usada em cruzamentos no Brasil Central e Bahia. As qualidades inerentes ao Devon, tornam a raça uma excelente opção para ser usada em cruzamentos industriais ou cruzamentos com a finalidade de formação de novas raças. Um bom exemplo do uso do Devon para a formação de novos grupos raciais é a raça Sintética Bravon, qual esta ainda em formação.