HEREFORD


- AS ASSOCIAÇÕES

Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares

A raça Hereford teve seu livro de registro genealógico aberto no ano de 1907. A ANC Herd-Book Collares vem desde então efetuando o registro genealógico da raça Hereford e Polled Hereford no Brasil.

A ANC Collares é responsável pelo registro genealógico da raça Hereford, bem como por sua variedade Mocha, a entidade registra os animais nos livros de Puros de Origem (PO), Puros por Cruza (PC) e em Livro Aberto (LA).

A ANC "Herd Book" Collares tem a raça Hereford inscrita em seu Departamento de Provas Zootécnicas (CDP) e no PROMEBO.

Associação Brasileira de Criadores de Hereford e Braford

A entidade brasileira oficial que cuida dos interesses dos criadores de bovinos das raças Hereford, Polled Hereford e Braford, foi criada em 1958 no município de Bagé/RS e hoje sob a denominação de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HEREFORD E BRAFORD, atua na seleção e registro dos produtos destas raças.

Para maiores informações sobre a raça Hereford, contate a ABHB diretamente pelo e-mail hereford@braford.com.br ou através do site www.abhb.com.br.

- HISTÓRIA DA RAÇA HEREFORD

O gado de Herefordshire e outras comarcas adjacentes, na Inglaterra, tem sido famoso, desde tempos imemoráveis, por seu tamanho, resistência e aptidão para produzir carne. Esse gado foi formado a partir de um tipo que predominava em Hereford, durante séculos. A existência desses animais já era mencionada em 1.627.

Baseando-se em dados um tanto escassos, conta-se que, provavelmente, o gado Holandês trazido de Dunquerque para o Lord Scudamore, conferiu ao Hereford, além de seu tamanho, a cor branca da cara e da região abdominal, indicando, assim, a analogia existente entre as raças Hereford e Groningen.

O Departamento de Genética do Trinity College, em Dublin, na Irlanda, publicou recentemente um trabalho feito com a utilização de marcadores genéticos para o estudo do DNA. 
Esse estudo mediu os valores entre a distância genética das raças Aberdeen Angus, Jersey, Hereford, Charolês, Holandês, Simental e N’Dama. Foi constatado que a raça Hereford tem maior afinidade genética com a Holandesa, do que com as outras duas britânicas testadas, mostrando, portanto, que tem um passado em comum com as raças daquela região da Europa.

Durante a Revolução Industrial, os fazendeiros de Herefordshire estavam determinados a produzir carne, expandindo, assim, o mercado de comida que se criava para os britânicos. 
Para garantir o sucesso daqueles primeiros criadores, eles tinham bovinos que poderiam converter a grama nativa em carne e a carne em lucro.

Porém, naquela época, ainda não existiam raças capazes de suprir as necessidades do mercado que se abria. Assim, os fazendeiros selecionaram uma raça de carne que, logicamente, veio a se tornar conhecida como Herefords.

Para obter sucesso, eles moldaram seu gado tendo como objetivos a alta produção de carne e a eficiência produtiva. Assim firmaram as características que, ainda hoje, são as principais da raça.

Independentemente da comprovação exata de sua origem, a raça já estava estabelecida em 1.788, quando já se afirmava que “a raça Hereford é, sem sombra de dúvidas, a primeira raça das Ilhas Britânicas”. De qualquer maneira, é inquestionável que ela descende de animais com mérito genético indubitável e com uma notável resistência às enfermidades.

Em 1.724 Robert Bakewell iniciava o desenvolvimento de suas teorias sobre cruzamentos de animais. Dezoito anos após, em 1.742, Benjamin Tomkins, que é considerado o criador da raça Hereford, iniciava seu criatóro a partir de quatro animais: três vacas, sendo que uma de pelagem cinza era a mãe de um terneiro.

Desde o início, Benjamin Tomkins tinha como objetivos: economia na alimentação, aptidão natural para crescer e ganhar peso a partir de pastos naturais ou de grãos, rusticidade, precocidade e prolificidade. Estas características são consideradas como de primeira importância, ainda nos dias atuais.

Outros criadores pioneiros seguiram a Tomkins, levando e estabelecendo o gado de Herefordshire, desde a Inglaterra, para onde a grama cresce e a produção de carne é possível, tornando-o mundialmente renomado.

Os Tomkins realizaram um considerável número de cruzamentos consangüíneos, pois eles criavam e utilizavam os seus próprios touros, tendo a rapidez de apronte e a produção de carne como único critério qualitativo a guiá-los. 
Como a maior parte dos criadores de Hereford daquela época, não lhes interessavam características de pelagem, que eram consideradas secundárias e de menor importância.

Mais adiante, quando já estavam definidas as características funcionais, estabeleceu-se uma controvérsia sobre o padrão de pelagem e marcas ideais que deveriam ser adotados como típicos para a raça. Então, no início do século XIX, eram preferidos os animais que apresentassem as pelagens básicas: vermelha com cara branca, vermelha com cara salpicada, cinza claro e prateada.

Gradualmente, os adeptos das duas primeiras impulsionaram a utilização delas em detrimento das outras. Definida e adotada esta combinação de cores, elas foram fixadas por seleção e cruzamentos consangüíneos, até que o vermelho e branco passou a ser considerado como “marca de pureza” da raça Hereford.

No final dos anos 1.700 e início dos 1.800, o gado Hereford da Inglaterra era muito maior do que o atual. Muitos animais adultos daquela época pesavam 1.350 Kg. ou mais. Cotmore, um touro ganhador de várias exposições e notável padreador da época, pesou 1.770 Kg. quando foi apresentado em uma exposição no ano de 1.839.

Gradualmente, o tipo e a conformação foram mudando para peso e tamanho menos extremos, em troca de maior qualidade e eficiência.

- PADRÃO RACIAL

Características Gerais

A raça Hereford apresenta em nosso meio um biótipo variante, em resposta à necessidade de adaptação à realidade climática subtropical brasileira.

Características Zootécnicas

Aspecto Geral - O Hereford deve apresentar vivacidade, com bom tônus muscular e facilidade de movimentos; nobreza no porte, tanto em equilíbrio, como ao caminhar; olhar vivo, mas dócil, com boa aceitação do trato humano.

Físico - Porte médio a grande, segundo o tipo biológico buscado, em correlação com o meio criatório; de aparência forte, com boa massa muscular e equilíbrio entre os quartos traseiro e dianteiro.

Esqueleto - Ossatura forte, sem excessos e bem coberta pela musculatura.

Pelagem - Classicamente, o gado Hereford é conhecido pela cor vermelha, com a cabeça, extremidades e baixo ventre brancos. No biótipo brasileiro busca-se a predominância do vermelho claro - ressalvadas nos machos as variações de tons mais escuros do pescoço, paletas e costilhares, designativos de masculinidade - com menor percentagem de áreas brancas que o original inglês; à exceção da cabeça, o branco, preferencialmente, deve limitar-se à linha inferior do corpo, podendo apresentar ausência deste nas cruzes. Com a cor branca nas extremidades, os animais apresentam os cascos naturalmente brancos. 
Não são descartados, porém, animais com escassas áreas brancas nos aprumos, desde que isso não represente perda total da característica, ou indivíduos sem o branco em sua totalidade, não excedendo a mais de um membro com essa coloração. Nesses casos, os cascos poderão ter coloração vermelha.

Mucosa - Preferencialmente pigmentada. Na área periférica dos olhos e da boca, no nariz, úbere e testículos, será dada a preferência aos animais que apresentarem pigmentação, com vantagem para aqueles que tiverem mancha vermelha em cobertura aos olhos, desde que a cabeça permaneça com sua característica cor branca em superfície não inferior a 70%.

Pelo - Discreto, com facilidade de pelechar muito cedo na primavera, apresentando-o, quando pelechado, liso, brilhante e sentado no couro; exceção feita aos pelos característicos (púbis, vassoura da cauda, orelhas) e dos diferenciais masculinos (pescoço e cogote).

Couro - Fino e solto nas regiões carnudas, mas aderido na cabeça e nas extremidades. Desde abaixo do queixo, para trás, apresenta pouca barbela; no pescoço a pele deve aderir, caindo naturalmente em direção ao peito, apresentando mínimas sobras nas axilas; ligado sob o tórax, até chegar ao prepúcio que não deve ser muito despegado. A equivalência do prepúcio dos machos é, nas fêmeas, o umbigo, que tampouco deve ser muito dilatado. A virilha deve ter um desenho anguloso, desprezando-se as formas suaves e cheias.

(*) Em qualquer caso, inexiste a possibilidade de cor preta nos animais da raça Hereford, no couro, pelo, mucosa, cascos ou chifres.

Morfologia - A raça Hereford apresenta indivíduos de físico equilibrado, com boa distribuição de marcadas massas musculares, de forma contínua, num corpo retangular, de linhas definidas por um lombo reto e nivelado e patas aprumadas.

Cabeça - Forte e expressiva nos machos; descarnada e leve nas fêmeas; chanfro de comprimento médio, plano, ou côncavo.

Orelhas - De tamanho médio, providas de pelos internos de proteção, firmes, atentas e com boa mobilidade.

Olhos - Olhar vivo, mas dócil.

Chifres - Na variedade aspada, os chifres são simétricos e dirigidos em curva, para a frente e para baixo.

Pescoço - De aspecto cilíndrico nas fêmeas, com a pele ligada; forte nos machos, cheio no cupim, coberto este por pelos deferenciais masculinos, mantendo economia de carnes no plano inferior e ligando-se, harmônico, às omoplatas.

Dianteiro - Omoplatas harmonicamente desenvolvidas, em volume proporcional ao posterior, sem excessos musculares que as destaquem excessivamente do pescoço e do tórax, evitando-se excessiva abertura destas em sua visualização anterior.

Tórax - Alongado e forte, com linha superior paralela ao solo; o bastante despegado do chão como para permitir, através dos membros, uma boa mobilidade do animal.

Peito - Discreto volume nas fêmeas e pouco profundo nos machos, não ultrapassando a meia distância do comprimento do braço.

Costelas - Longas e arqueadas, dando volume ao tórax para abrigar os órgãos internos e um bom volume do aparelho digestivo; cobertas por musculatura definida, evitando-se cintura entre costelas e omoplatas. Matambre pouco profundo junto às virilhas.

Lombo - Longo, nivelado e firme.

Posterior - Quartos traseiros volumosos, com musculatura naturalmente alongada cobrindo os ossos longos, prevenindo-se contra a formação do "músculo duplo".

Quadris - Idealiza-se o animal que, visto lateralmente, tenha bom comprimento do osso ilíaco, emprestando comprimento aos quartos; visto pela retaguarda, o animal deve mostrar sua maior largura de quartos a meio da musculatura, entre o garrão e a anca; a junção intermédia dos quartos será alta, a nível pouco abaixo dessa maior largura; visto de cima, os ossos das cadeiras devem mostrar tendência a ter a mesma largura, tanto em sua porção anterior como posterior, embora não devam ser largos em demasia, pois deve aparecer mais o músculo do que o osso.

Inserção de cauda - A cauda cai, desde a sua inserção nos quartos, naturalmente perpendicular ao dorso e a porção posterior do osso da bacia pélvica deve ser de nível inferior ao mesmo em sua porção anterior.

Aprumos - Patas medianamente longas, de ossatura forte, com boa postura sobre o solo, emprestando segurança à sua sustentação e à sua aparência nobre; devem estacionar sobre o terreno em marcação retangular, perpendiculares ao corpo, sem serem excessivamente separadas, ou demasiadamente juntas. O ângulo dos garrões, por isso, não pode ser acentuado, desprezando-se no entanto os animais de garrão com ângulo raso.

- CARACTERÍSTICAS DA RAÇA

A pelagem da raça Hereford caracteriza-se por ser vermelha de cara branca, ou vermelha de cara salpicada.

A pelagem "pampa" (vermelha, com cara, ventre e extremidades da cauda e partes inferiores das patas totalmente branca), foi-se impondo, sendo hoje considerada como "marca de pureza" da raça.

A cara branca é dominante nos cruzamentos, permanecendo nos mestiços por várias gerações.

Os criadores estão cada vez mais à procura de animais com pelagem vermelha ao redor dos olhos, que constitui defesa contra a exposição à forte luz solar, pois acredita-se que isso reduza a formação de vesículas e de câncer nos olhos.

O animal da raça Hereford é bem constituído, harmonioso e equilibrado, vigoroso e de bom tamanho, devendo-se evitar ambos os extremos: o pequeno e o excessivamente grande.

Performance, praticidade e lucratividade combinadas tornam o gado de corte Hereford a raça mais abundante em diversas regiões do mundo, sendo amplamente reconhecida como a raça básica.

Fertilidade, rusticidade, eficiência alimentar, longevidade e adaptabilidade são as características de corte básicas, que asseguram que o gado de cara branca continuará a desempenhar um papel de destaque na indústria da carne bovina.

Os touros devem apresentar características masculinas destacadas e esqueleto vigoroso, proporcional à massa corporal.

As vacas devem apresentar caracteres de marcada feminilidade, boa capacidade abdominal, assim como condições leiteiras satisfatórias, com úberes bem colocados. Porém, dá leite apenas para o terneiro.

Os animais devem ser de andar desenvolto, com passadas equilibradas, de modo que se destaquem a condição vigorosa da raça e sua harmonia geral.

Gado famoso por seu tamanho, resistência e aptidão para a produção de carne, devido à sua conformação e capacidade de engorda, é considerada razoavelmente rústica e prolífica.

A produção de carne é a sua aptidão principal. O gado é resistente ao extremo em condições adversas, tanto ou mais que qualquer outra raça européia. São animais bastantes eficientes em regime de pasto, apresentando neste contexto terminação adequada ao produzir carcaças de carne bem marmoreada, como o mercado exige. Engordam bem em boas pastagens.

Tem vida útil de aproximadamente 12 a 15 anos.

A raça Hereford é estudada no "Meat Animal Research Center" (MARC), Clay Center, Nebraska – USA. Os principais dados de performance da raça estão citadas neste link.

Alguns fatos que comprovam a versatilidade e eficiência da raça Hereford são:

  • Adapta-se aos mais diversos ambientes;
  • Mantém bons índices de fertilidade com manejo adequado;
  • Possui bom ganho de peso a pasto novilhos com 450-500 Kg aos 24-30 meses);
  • É prepotente em cruzamentos com outras raças, especialmente zebuínas;
  • É cosmopolita, sendo criada em praticamente todos os países, oferecendo genética em qualidade e quantidade; e
  • É lucrativa para criadores, invernadores e frigoríficos

Raças que derivam do Hereford

  • American Breed = 1/2 Brahman, 1/4 Charolês, 1\8 Bisão, 1/16 Hereford, 1/16 Shorthorn (USA)
  • Barzona = Angus, Brahman, Africânder, Hereford, Shorthorn (Arizona, USA)
  • Beefalo = 3/8 Bisão, 3/8 Charolês, 1/4 Hereford (USA)
  • Beefmaker = 50% Charolês, 50% Hereford, Aberdeen Angus e Shorthorn e alguma porcentagem de sangue Pardo Suíço e Brahman (USA)
  • Beefmaster = 1/2 Brahman, 1/4 Hereford e 1/4 Shorthorn (USA)
  • Belmont Red = 1/2 Africânder, 1/4 Hereford e 1/4 Shorthorn (Austrália)
  • Bonsmara = 5/8 Africânder, 3/16 Hereford e 3/16 Shorthorn (Austrália)
  • Braford = 5/8 Hereford e 3/8 Brahman (USA)
  • Burwash = 1/2 Charolês, 1/4 Hereford e 1/4 Shorthorn (Canada)
  • Charford = 1/2 Charolês, 3/8 Hereford e 1/8 Brahman (USA)
  • Fort Cross = 1/2 Charolês, 1/4 Lincoln Red e 1/4 Hereford (Canada)
  • Hash Cross = Hereford, Aberdeen Angus, Shorthorn e Highland (USA)
  • Hereland = F1 Hereford X Highland (Reino Unido)
  • Kazakh Whiteheaded = Hereford X Kazahk local(Rússia)
  • Nuras = 1/2 Africânder, 1/4 Hereford e 1/4 Simental (Namíbia)
  • Pampiano-Braford = 5/8 Hereford X 3/8 Zebu (Brasil)
  • Pee Wee = Angus, Charolês, Galloway e Hereford (Alberta University, Canada)
  • Philamin = 1/2 Hereford, 3/8 Nelore e 1/8 Philipine nativo (Filipinas)
  • Regus = Red Angus X Hereford (Wyoming)
  • Sahford = Hereford X Sahiwal (Austrália)
  • Simford = Hereford X Simental (Austrália)
  • Simmalo = 1/2 Simental, 1/4 Bisão e 1/4 Hereford (USA)
  • South Ukrainian = 1/2 Charolês, 1/4 Hereford, 1/4 Red Steppe (Rússia)
  • Victoria = 3/4 Hereford e 1/4 Brahman (USA)
  • Wokalup = Brahman, Charolês, Frísio, Hereford, Angus (West Austrália)
  • Znamensk = 62,5% Aberdeen Angus, 25% Charolês e 12,5% Simental Russo (Ucrânia)